o homem que vou matar senta do meu lado no ônibus eu estava no fundo e percebi: ele era estranho o homem que eu vou matar se aproximava demais meu canivete na mochila abri-o e o segurei dentro da bolsa enquanto lia on the road e carlo marx esperava dean e sal paradise em nova york enquanto eu espreitava no canto do olho qualquer movimento do homem que vou matar uma única desculpa pra cortar sua glote vê-lo gorgolejar seu sangue espirrar no meu livro deixar minhas roupas e o chão avermelhados e eu saboreando aquelas duas palavras mágicas: legítima defesa legítima defesa legítima defesa overkill? desespero eu seria assaltado arma branca? preciso pra minhas aulas riscar rochas e etc desculpa perfeita mas o homem que vou matar não se mexe mais que alguns centímetros para lá e para cá ódio mortal do homem que vou matar seguro o cabo da faca e espero qualquer movimento brusco tiro a mão de dentro da mochila num relâmpago e menos um pescoço inteiro no mundo mas o homem que vou matar se levanta calmamente pede parada vai embora e mais uma vez as circunstâncias vencem minha sede de sangue merda
Uhu! Excelente…
Valeu a visita, Rayson!
Hum,…Me identifico demais. será que isso é ruim?!
Maravilhoso texto.
Obrigado pela visita, Luiz.
Bom saber que se idenfiticou.
Abração.
Muito bom!! 🙂
Obrigado pela visita, Yanna!